ATA DA NONAGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 28-10-2010.

 


Aos vinte e oito dias do mês de outubro do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Juliana Brizola, Luiz Braz, Mario Manfro, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Paulo Marques, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofício s/nº, da Câmara dos Deputados; Ofícios nos 961/10, do senhor Prefeito; 3700/10, da senhora Fernanda Almeida Cappelini, Supervisora de Sustentação ao Negócio da Caixa Econômica Federal – CEF –; e 5662/10, do senhor Carlo Simi, Secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho e Emprego. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Nonagésima Terceira, Nonagésima Quarta e Nonagésima Quinta Sessões Ordinárias e da Décima Terceira Sessão Extraordinária. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Cleber Quadros Vieira, Presidente do Sindicato Rural de Porto Alegre, que discorreu sobre o Programa de Vacinação Preventiva Sanidade Animal em Porto Alegre. Também, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores João Carlos Nedel, Pedro Ruas, Dr. Thiago Duarte, Reginaldo Pujol, Carlos Todeschini, Nilo Santos, Elias Vidal, Dr. Raul Torelly e Airto Ferronato manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em prosseguimento, o senhor Presidente concedeu a palavra, para considerações finais, ao senhor Cleber Quadros Vieira. A seguir, o senhor Presidente registrou o transcurso, hoje, do Dia do Funcionário Público. Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do artigo 180, § 4º, do Regimento, a assinalar o transcurso do Dia Mundial, Nacional, Estadual e Municipal da Psoríase. Compuseram a Mesa o vereador Nelcir Tessaro, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, e a senhora Gladis Lima, Presidenta da Associação Nacional dos Portadores de Psoríase – PSORISUL. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso I, à senhora Gladis Lima, que se pronunciou sobre o tema em debate. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso III, do Regimento, pronunciaram-se os vereadores Reginaldo Pujol, Pedro Ruas, Dr. Raul Torelly, Aldacir José Oliboni, Toni Proença, Engenheiro Comassetto, Dr. Thiago Duarte, Fernanda Melchionna, Elias Vidal e Luiz Braz. Na ocasião, o vereador Toni Proença propôs exposição neste Legislativo, para divulgação de informações acerca da Psoríase. Às quinze horas e quarenta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quarenta e três minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Adeli Sell, Mauro Zacher, Carlos Todeschini, este pela oposição, Nilo Santos e Reginaldo Pujol. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o vereador Dr. Thiago Duarte. Durante o pronunciamento do vereador Dr. Thiago Duarte, em Grande Expediente, foi realizada a apresentação de audiovisual referente ao tema abordado por Sua Excelência. Em prosseguimento, por solicitação do vereador Engenheiro Comassetto, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao senhor Adão Krevitz, falecido no dia de ontem. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 108/10, os Projetos de Lei do Executivo nos 040, 041 e 042/10, este discutido pelo vereador Reginaldo Pujol, e os Projetos de Resolução nos 032 e 033/10; e em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 200/09 e 169/10. Às dezesseis horas e trinta e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo vereador Haroldo de Souza, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir Tessaro e João Carlos Nedel e secretariados pelos vereadores Bernardino Vendruscolo e João Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Cleber Quadros Vieira, representando o Sindicato Rural de Porto Alegre, está com a palavra, pelo tempo regimental de dez minutos, para falar de sanidade animal.

 

O SR. CLEBER QUADROS VIEIRA: Sr. Presidente, ao cumprimentá-lo, cumprimento todos os Vereadores aqui presentes, e os que não estão presentes sintam-se também cumprimentados. Agradeço aos Vereadores o apoio ao Projeto de Sanidade Animal de Porto Alegre. Quero falar sobre a obrigação que nossa entidade tem, ao fazer um projeto que usa verbas públicas, de vir aqui, ao término dos primeiros seis meses, dizer onde foi colocado o dinheiro e o que foi feito com ele. Nesses tempos em que entidades pegam dinheiro, fazem festas e, na realidade, não justificam onde aplicam o dinheiro, não apresentam notas aqui, nós já estamos com as nossas notas dos primeiros seis meses na Prefeitura, justificando o que fizemos com o dinheiro.

Nós fizemos um projeto de sanidade animal de Porto Alegre, desenhamos esse projeto e pedimos a um amigo, o falecido Ver. Ervino Besson, para apresentá-lo. Os produtores rurais de Porto Alegre agradecem o apoio que esta Casa deu ao projeto, que foi unanimemente aprovado. Nós estamos aplicando essa verba na Zona Rural de Porto Alegre. Nós poderíamos, certamente, senhores, com a repercussão que está tendo esse projeto, estar com a Casa cheia, ter trazido aqui vários produtores que já foram beneficiados, mas esse não é o nosso intuito. O nosso intuito, na realidade, é justificar onde aplicamos o dinheiro, coisa que entidades públicas certamente deveriam fazer, quando se trata de verbas públicas.

Exemplos alcançados do nosso projeto – cada um dos Srs. Vereadores recebeu uma pastinha, para acompanhar -, alguns fatos relatados: em outubro de 2007, já tínhamos, nessa época, 11 animais mortos no Lami e no Beco do Cego, por causa de raiva; em novembro de 2008, morte de nove animais na Extrema, por botulismo; em janeiro de 2008, 22 animais, na Ponta Grossa, com botulismo, o que deu repercussão em todos os jornais. De outubro de 2008 a fevereiro de 2009, foi o caos, morreram 154 animais por botulismo ou raiva, ninguém sabia ao certo o que era.

Então, os totais parciais de 2007 foram 61 animais mortos; em 2008, 79; em 2009, 154. E aí vem a importância do nosso projeto. Este ano, estamos encerrando o mês de outubro sem um caso desses acontecidos na nossa Zona Rural. E isso é importante, muito importante numa zona rural que está na periferia da Cidade. Eu sempre digo que o Sindicato Rural não quer terminar, não pode terminar com o abatedor embaixo da árvore, com o “teleleite”, mas a gente pode, sim, ter animais vacinados contra essa endemia que atingia a Zona Rural de Porto Alegre. Queremos atingir fevereiro, Sr. Presidente Tessaro, sem nenhum caso, porque atacamos e privilegiamos aqueles locais onde esses casos já tinham acontecido. Temos um plano de extensão para vacinação de brucelose e uma adequação, dentro desse projeto, do Centro de Eventos.

O Centro de Eventos da Vila Nova foi uma reivindicação da comunidade - não é, Ver. Todeschini? O senhor sabe muito bem disso. Foi feita uma obra, e fomos convidados a tomar conta, a cuidar do Centro de Eventos, uma obra em que a Prefeitura investiu, gastou dinheiro, e nós pegamos isso e adequamos. Só para os senhores verem, esta obra, não faz um ano e meio, nós chegamos lá e encontramos telhas roubadas, vasos sanitários, pias, torneiras, fios, portões automáticos, nada disso tinha; reconstruímos casa do zelador, nivelamos piso, rampas para deficientes, que não tinha; goteiras, ajardinamento, limpeza do local, pintura, água, esgoto. Pegamos esse Centro de Eventos e fizemos uma parceria com a comunidade, montamos um calendário e, já no domingo passado, fizemos uma festa para as crianças necessitadas, para mil crianças, doando comida, balas, sucos.

O dinheiro para tudo isso é da verba que nós pegamos da Prefeitura. Fizemos um convênio com a SMIC, e quero salientar aqui que, na época, foi o Secretário Cecchim, com a ajuda do Prefeito Fogaça, que sancionou; a Câmara aprovou, o Prefeito sancionou, o Secretário Valter Nagelstein assinou o Projeto, então, nós agradecemos e ficamos lisonjeados em fazer um trabalho para a comunidade, em prol da comunidade. E quero justificar – esse é o objetivo da nossa vinda aqui – onde aplicamos o dinheiro da primeira parcela do convênio que nós fizemos. Tenho a satisfação de poder relatar e dizer que as nossas prestações de contas da primeira parte estão lá na SMIC, todas com notas fiscais, justificando o que fizemos com o dinheiro. De antemão, convido V. Exas para que vejam todo esse trabalho de zelo pelo patrimônio público, que foi transferido ao Sindicato Rural, através da presença dos senhores – todos têm na pastinha, e já foram mandados e-mails aos Vereadores com o convite – na 26ª Festa do Pêssego da Vila Nova, no Centro de Eventos da Vila Nova, em Porto Alegre. As datas estão aí, a abertura é no dia 3, às 15 horas, na Propriedade do Sr. Hildemar Piber. É importante conhecer essa propriedade, ver um produtor que está no centro urbano, na realidade, cercado por casas e vilas, trabalhando lá, plantando pêssego. É o dia da abertura da colheita. E, dia 6, às 11 horas, no sábado, é a abertura oficial do evento. Vossas Excelências estão todos convidados, na pastinha está o convite, é só para relembrar.

Então, era isso, Sr. Presidente, esta nossa vinda aqui, e a nossa satisfação em poder fazer o que achamos que é uma obrigação de quem pega verbas públicas: justificar onde foram aplicadas. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado. Convidamos o Sr. Cleber Quadros Vieira a fazer parte da Mesa. (Pausa.)

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sr. Cleber; em nome do Ver. João Antonio Dib, Líder da Bancada do Partido Progressista; do Ver. Beto Moesch e no meu, quero dar as boas-vindas ao Sr. Cleber Quadros Vieira, Presidente do Sindicato Rural de Porto Alegre. Primeiramente, Cleber, seja muito bem-vindo, e muito obrigado por nos convidar para a abertura da Festa do Pêssego lá na nossa querida Vila Nova, no Centro de Eventos, dia 6 de novembro. Este convite é extensivo a toda a população de Porto Alegre, que precisa prestigiar a fruticultura da nossa Cidade. Em segundo lugar, Cleber, eu quero cumprimentá-lo pela prestação de contas do projeto de Sanidade Animal. Como Presidente da Frente Parlamentar do Turismo, eu acho muito importante o fortalecimento da nossa área agrícola e fico impressionado que essa campanha, na primeira etapa, visitou 264 propriedades rurais em Porto Alegre - isso é importante -, onde foram vacinados 2.512 bovinos, 85 búfalos - eu não sabia que se criava búfalo aqui em Porto Alegre - e 618 ovelhas. Que riqueza Porto Alegre tem em sua área rural, que merece ser visitada por nossa população! Nós temos um programa, na área do Turismo, de visitação à nossa área rural, temos também o Domingo no Campo, a Cidade precisa conhecer melhor esses programas. Meus cumprimentos pelo seu trabalho, pela parceria que o Sindicato Rural está fazendo com as comunidades da Vila Nova e Campo Novo e, também, com o nosso Centro de Eventos da Vila Nova. Meus cumprimentos e seja muito bem-vindo. Parabéns!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PEDRO RUAS: Presidente Tessaro, meu caro Presidente Cleber Quadros Vieira; de alguma maneira, todos nós aqui nos sentimos emocionados no que tange à Vila Nova por um trabalho do nosso saudoso Ervino Besson, amigo de todos nesta Casa. Mas tem uma expressão na tradição do jornalismo, Presidente Vieira e Presidente Tessaro, que é a seguinte: quando o cachorro morde o homem, não é notícia, mas, quando o homem morde o cachorro, é notícia. Nós enfrentamos muito aqui a situação inversa, que é de correr atrás de pessoas, de entidades, enfim, para prestarem contas. Então, só o fato de o senhor, de a entidade que o senhor representa se dispor espontaneamente a vir prestar essas contas... Sei que é obrigação, mas uma obrigação pouco cumprida torna-se virtude. Portanto, em meu nome, no da Verª Fernanda Melchionna, da Bancada do PSOL, quero dar os parabéns não só pela festa, mas pelo ato, pela postura, pela lembrança do trabalho do Ervino Besson, pela presença na Câmara com esse intuito, com esse objetivo. Com certeza, isso incentiva todos nós a prestigiarmos, cada vez mais, esse evento e todas as lutas da Vila Nova, nem que seja como forma de homenagem ao saudoso Ervino Besson. Parabéns, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Sr. Presidente; Sr. Cleber, Presidente do Sindicato Rural de Porto Alegre, falo em meu nome, em nome do Ver. João Bosco Vaz, do Ver. Tarciso Flecha Negra, do Ver. Mauro Zacher e da Verª Juliana Brizola. Conversava com o Ver. João Bosco Vaz e dizia que, se todos aqueles que ganhassem, se cadastrassem e acabassem tendo esse retorno público fizessem como V. Sª, certamente nós estaríamos muito melhor. Tenho acompanhado o seu trabalho, que também era trabalho do Ver. Ervino Besson, como o Ver. Pedro Ruas acabou de mencionar, e tenho constatado, in loco, que é um trabalho muito meritório. E não é só a saúde animal que é privilegiada, a saúde humana também, porque muitas dessas doenças, se não controladas nas espécies animais, podem passar para os humanos. Parabéns, estamos juntos e podem contar com o apoio do PDT.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, quero cumprimentar o Presidente do Sindicato Rural de Porto Alegre, Sr. Cleber Quadros Vieira, não é a primeira oportunidade que eu o recebo nesta Casa, não é o primeiro contato, nós já nos cruzamos em outros empreendimentos. O que me deixa sobremaneira gratificado é ver que o Sindicato, pela sua Presidência, pela sua Direção, não só postula os apoiamentos necessários, mas, mais do que isso, utiliza bem os recursos que lhe são disponibilizados, realiza programações necessárias e, às vezes, até ambiciosas. Mas um Sindicato que não tem ambição de realizar um grande projeto é um sindicato desmotivado. E me agrada, sobremaneira, estar junto àqueles que têm grandes motivações.

Esse desejo, confessado no relatório que nos foi apresentado, de transformar Porto Alegre numa grande referência em sanidade animal é um desejo consequente, exequível, se para isso ocorrer, mais do que a vontade, o desejo do Sindicato, das lideranças rurais do Município, um entrosamento adequado das três esferas do Poder Público na cidade de Porto Alegre. A Zona Rururbana de Porto Alegre é razoavelmente pequena e permite que se tenha um cuidado especial através da Divisão de Fomento Agropecuário da SMIC, através da Emater, da Secretaria da Agricultura, do Ministério da Agricultura, até para servir como referência àqueles Municípios de zona rural mais ampla, com grandes quantidades de rebanhos, tanto bovino como ovino e outros. Assim nós, com os cinco mil animais que temos aqui no Município, poderemos dar essa contribuição, fazendo experiências positivas, assegurando e afirmando essa referência.

Quero cumprimentar o Cleber, me sinto muito feliz com a tua exposição e, sobretudo, com os bons resultados do teu trabalho. Eu, que acreditei nele na primeira hora, hoje compartilho da tua alegria do dever cumprido. Meus cumprimentos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Sr. Cleber Vieira, em nome da nossa Bancada do PT, a nossa saudação e os nossos cumprimentos. O assunto trazido aqui é relevante, porque diz respeito, sobretudo, à Saúde pública, já que o risco de consumir leite, carne ou derivados de animais doentes, ou de animais não tratados, torna-se um risco à Saúde pública. Falo isso porque acompanhei meu pai, que foi funcionário público da Secretaria da Agricultura, na área da sanidade animal, durante 14 anos, e esse é um tema ao qual sempre me dediquei, inclusive como profissional, como engenheiro agrônomo da Emater que sou. É relevante o assunto que vocês trazem aqui, ainda mais agora, na forma de prestação de contas, mas os apontamentos são muito preocupantes. Vejam só (Lê.): “[...] encontramos uma situação caótica no que diz respeito à sanidade dos animais em algumas propriedades, tais como falta de higiene, maus-tratos, descaso do Poder Público com a sanidade [referenciando a Secretaria da Agricultura], falta de vacinações obrigatórias, de informações técnicas, difícil acesso aos locais, desinformações relativas à obrigatoriedade de vacinações...” E mais: problemas de água, saneamento, abigeato, doenças em geral, lixo, falta de luz e falta de acesso, além dos problemas que dizem respeito à criação de suínos. Então, a situação é muito grave, é uma situação de necessidade e de tomada de atitude. E isso nos preocupa mais ainda, porque, no final do ano, fizemos um debate acerca da ampliação dos casos de mortandade de animais por raiva, porque foram constatadas espécies de morcegos não hematófagos como transmissores da raiva. Isso faz com que haja a necessidade de redobrar, de multiplicar os alertas em função da prevenção da Saúde pública. O assunto é relevante, sim. Cumprimentos pela Tribuna Popular de hoje, e esta Casa deve se debruçar de maneira muito forte sobre o tema. Obrigado pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Nilo Santos está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, uma saudação especial ao Presidente do Sindicato Rural de Porto Alegre, Cleber Vieira. Primeiro, quero parabenizá-lo pela prestação de contas, que bom se todos agissem dessa forma. Quero colocar à disposição a nossa Bancada, composta pelo nosso Presidente, Ver. Nelcir Tessaro, e pelos Vereadores DJ Cassiá, Maurício Dziedricki, Alceu Brasinha e este Vereador, inclusive para encaminhar algumas demandas, alguns problemas encontrados durante essa atividade toda. No que a nossa Bancada puder ser útil ao Sindicato, nós nos colocamos à disposição, nos usem! Também queremos colocar à disposição a Bancada, para que os produtores e criadores da nossa Cidade tenham mais espaço dentro da Capital para oferecer os seus produtos. Então, conte com a nossa Bancada. Parabéns!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Elias Vidal está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Quero me somar aos demais Vereadores; Sr. Cleber Vieira, Presidente do Sindicato, falo em meu nome e em nome dos Vereadores Paulinho Rubem Berta e Toni Proença. Não quero me alongar, pois todos já contemplaram, nas suas falas, o que há de mais importante nesse setor, o que também esta Bancada julga ser de extrema importância. Tudo aquilo que contribui com o setor econômico, que contribui com a qualidade de vida, com a saúde é um assunto de extrema importância para esta Casa. Aqui chegam diversas demandas de setores diversos, e a gente tem que dar atenção a todos, porque é na soma do todo que a vida se torna melhor ou menos complicada.

Sei que o gado bovino, a ovelha, o cabrito, enfim, os animais que normalmente são utilizados para corte, para o consumo, têm que ter um cuidado muito especial. Agora, tem os outros animais que não são para corte, mas que contribuem, como por exemplo, o cachorro, que tem uma ligação muito íntima com o gado, pois ele é utilizado nas pequenas e grandes propriedades, esses animais têm toda uma história no Rio Grande do Sul. Quero me referir agora, especialmente, ao caso dos cachorros, que eu acho que não está na pauta deste Sindicato, mas, talvez, na pauta de ONGs, ou do Governo. Todos sabemos que há um número excessivo de animais jogados pela rua, doentes, sofrendo, sendo atropelados, e são animais com que nós, seres humanos, nós, os gaúchos, temos uma ligação muito forte, porque a gente sabe que eles são verdadeiros amigos da humanidade. Eu queria colocar, quem sabe, é um pedido deste Vereador, não na pauta do Sindicato no mesmo sentido do gado, mas este Sindicato está mais próximo dos animais domésticos do que outros sindicatos, como o do aço, por exemplo, que não tem nada ver com sangue, com vida. Então, eu queria deixar este pedido para que a gente possa se somar para a castração desses animais. Esta Casa, nós, os Vereadores, temos nos somado nas Emendas Parlamentares para a castração desses animais, mas estamos muito longe ainda daquilo que é necessário. Eu acho que todos nós precisamos nos unir nessa luta, porque esses bichinhos são extremamente necessários e importantes para a nossa saúde, para a vida do homem. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): o Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. RAUL TORELLY: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; quero saudar, em nome da Bancada do PMDB - Vereadores Haroldo de Souza, Paulo Marques, Bernardino Vendruscolo, Idenir Cecchim e Sebastião Melo -, o nosso Sindicato Rural, na pessoa do seu Presidente, cujo trabalho conhecemos já há vários anos, o Sr. Cleber Vieira, que tem desempenhado muito bem o seu papel à frente da entidade. Não é à toa que veio aqui hoje nos dar um exemplo, prestando contas de uma ação realizada graças a uma parceria com a nossa Prefeitura Municipal, que contempla o Programa de Vacinação Preventiva e Sanidade Animal, e trazendo resultados.

Nós sabemos que, na Saúde pública, a saúde humana anda lado a lado com a saúde animal, uma, realmente, acompanha a outra. É o consumo do leite e da carne que gera imensas dificuldades muitas vezes, com doenças, parasitoses, doenças severas que podem levar as pessoas, inclusive, à morte. Infelizmente, há alguns anos, houve casos de raiva comprovados na nossa Cidade; hoje, ainda bem, já não estão presentes.

Quero ressaltar também a nossa Feira do Pêssego, que é um evento de extrema importância para a Cidade. O trabalho desenvolvido pelos produtores na nossa área Rururbana é de extrema relevância e traz uma iniciativa importante e permanente para a nossa Cidade, tanto que já são mais de duas dezenas de Festas do Pêssego, e nós queremos que haja muitas e muitas mais. Então, saúde, boa continuidade no seu trabalho, que tem sido muito proveitoso não só para o Sindicato Rural, mas, também, para a cidade de Porto Alegre. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Caro Presidente; nosso Presidente do Sindicato Rural, Cleber; quero falar sobre a importância que é estarmos aqui, na Capital do Estado do Rio Grande do Sul, conversando e tratando de temas relativos à área rural, à produção rural. Esse é um fato que merece um destaque especial nesta tarde. Quero dizer da importância que tem o nosso Sindicato aqui em Porto Alegre pelo trabalho que desenvolve em prol da Cidade e do trabalhador rural. Eu tenho tido a oportunidade de acompanhar o Sindicato desde 1989 ou até antes. Mas, quando assumi como Vereador de Porto Alegre pela primeira vez, lá em 1990, 1991 - e nós já conversamos sobre isso com o Presidente -, apresentei uma proposta para que se viabilizassem espaços para comercialização direta do produto rural na Cidade. Hoje nós vemos que esse processo está em funcionamento e bastante bem.

Nós, do PSB - e eu, em particular -, estamos ao lado do Sindicato Rural e do nosso Presidente Cleber para os pleitos que o Sindicato busca, e, também, para contribuir nesse processamento de informações e de questões que acontecem na área rural do Município de Porto Alegre. Eu tenho dito lá e digo agora também que Porto Alegre é uma referência nacional, nós temos aqui uma produção rural pujante, e o exemplo número um é o pêssego, pois somos a Capital nacional de produção de pêssego de mesa. Um abraço, obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Passamos a palavra ao Sr. Cleber, Presidente do Sindicato, para suas considerações finais.

 

O SR. CLEBER QUADROS VIEIRA: Em nome dos produtores rurais de Porto Alegre, nós só podemos ficar lisonjeados com o que escutamos aqui. O intuito, na realidade, era trazer informações e uma pré-prestação de contas daquele dinheiro que pegamos. Nós estamos ainda engatinhando no processo, porque queremos estar, ao final dos quatro anos, com o projeto sobre a sanidade animal de Porto Alegre fechado, coisa que o mundo procura, coisa que o Brasil corre atrás, e, certamente, com a nossa equipe aqui presente, o Dr. Carlos Cordoves e os técnicos veterinários, nós vamos conseguir. Nós temos aproximadamente, na Zona Rural de Porto Alegre, cinco mil animais já vacinados. São estimados 17 mil animais em toda a nossa Zona Rural, temos muito trabalho pela frente, contamos com os senhores. Muito obrigado em nome dos produtores rurais de Porto Alegre. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Nós é que agradecemos, Sr. Cleber Quadros Vieira, Presidente do Sindicato Rural de Porto Alegre, pela sua presença. Esta Casa está permanentemente à sua disposição. (Pausa.)

Queremos cumprimentar todos os servidores públicos, sejam eles municipais, estaduais ou federais, pela passagem do seu dia - 28 de outubro -, Dia do Funcionário Público. São esses funcionários, com seu trabalho, que engrandecem e movimentam a máquina administrativa deste País. Portanto, as nossas considerações, e parabéns a todos os servidores públicos.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

A Srª Gladis Lima, Presidente da Associação Nacional dos Portadores de Psoríase – Psorisul - está com a palavra, para falar sobre o Dia Mundial, Nacional, Estadual e Municipal da Psoríase.

 

A SRA. GLADIS LIMA: Boa-tarde a todos. Em primeiro lugar, quero agradecer a esta maravilhosa Casa, ao Sr. Presidente, aos nobres Srs. Vereadores, em especial a um amigo querido, que tem lutado muito pela nossa causa, o Ver. Luiz Braz. Estamos aqui novamente celebrando o Dia Mundial da Psoríase. A psoríase, como alguns já sabem - nós temos aqui Vereadores médicos -, é uma doença inflamatória da pele, crônica, recorrente, de difícil tratamento e que a grande maioria acha que é contagiosa. É uma doença genética e não tem cura. Infelizmente, não é só a pele que a psoríase ataca, ela também afeta as articulações. E, quanto aos portadores, o que mais nos afeta mesmo é não podermos conviver socialmente, termos a nossa vida sempre limitada para não constrangermos e não sermos constrangidos, porque a doença se manifesta no que a gente tem de melhor: a aparência. Infelizmente, hoje, o padrão da sociedade é uma pele bonita, é um corpo perfeito, e, muitas vezes, não se sabe lidar com diferenças.

Nesses dez anos em que sou Presidente da Associação, tenho acompanhado o grande sofrimento do portador por não ter acesso, muitas vezes, a tratamento. Por ser uma doença crônica, ela exige diariamente o uso de medicações, mas não é considerada crônica pelos órgãos de Saúde. Políticas de saúde não existem. Vamos bater na porta do Ministério e não encontramos nada.

Estamos aqui, hoje, para tentar sensibilizar os senhores sobre a importância de falar, de discutir, de divulgar a doença. Ela não afeta só o adulto. Este ano, o tema mundial é Psoríase na Infância, ela é cruel também com os nossos pequenos. Precisamos educar essas crianças, educar os pais, mostrar que a doença não é contagiosa e que podemos viver socialmente ao lado de quem tem. Para isso, este ano, lançamos a terceira edição da nossa cartilha “Psoríase na Infância, um Desafio para Todos”. (Mostra a cartilha.) Essa cartilha está sendo distribuída gratuitamente não somente ao portador, mas ao público em geral, principalmente às pessoas ligadas à área da Saúde, para que possam, de alguma forma, se orientar, esclarecer e educar as pessoas, porque o que falta, na realidade, é divulgação, mostrar que a psoríase é uma doença bastante difícil, mas que, se a gente souber ajudar as pessoas, com certeza, vamos ter um portador que poderá estar na sociedade sem se esconder atrás das roupas. Coloco essa cartilha à disposição dos senhores, de todos aqui desta Casa, para que tomem conhecimento do trabalho que a Psorisul vem fazendo nesses últimos anos, que é orientar e apoiar não só o portador de psoríase, mas sua família também.

O meu muito obrigada a esta Casa, aos nobres Vereadores, em especial àquele meu grande amigo que criou o Dia Municipal da Psoríase e, agora, a Semana de Conscientização e Apoio. Muito obrigada, Ver. Luiz Braz; muito obrigada, Srs. Vereadores, por esta oportunidade. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Convidamos a Srª Gladis Lima a fazer parte da Mesa.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, especialmente eu desejo saudar a Srª Gladis Lima, que, mais uma vez, nos prestigia com a sua presença na Casa, trazendo as informações válidas, necessárias e consequentes, o que redobra o nosso compromisso de estarmos atentos a essa situação que envolve cerca de 3% da população mundial. Vossa Senhoria enfatizou bem, o Ver. Luiz Braz é um cruzadeiro da causa, algum contratempo deve tê-lo impedido de estar neste momento conosco, mas, seguramente, ele chegará a tempo de abraçá-la e reafirmar os compromissos que ele tem, ao longo do tempo, firmado com a causa que a senhora tão bem representa. Este período instituído no nosso Regimento tem como objetivo exatamente transformar esta Casa numa caixa de ressonância dos mais variados problemas que envolvem a sociedade porto-alegrense, a sociedade gaúcha e, por que não, a sociedade brasileira.

O tema que V. Sª aborda, que parece não ser tão amplo, na medida em que 3% faz com que, em tese, 97% da população seja isenta de problemas dessa ordem, não é tão restrito quanto parece. Psicologicamente, os 3% influenciam no seu entorno, até por esse preconceito, que, sabiamente, a sua Associação está denunciando, de pessoas que entendem que a psoríase é transmissível. Ela surge com muita frequência nas mãos, e as pessoas ficam contidas. Eu tive o dissabor, o desprazer, há alguns anos, de ver, num determinado momento, surgirem bolhas nas minhas mãos. Eu tive que fazer um tratamento pesado, que fez com que a palma da minha mão ficasse com uma sensibilidade muito forte. Eu não conseguia cumprimentar as pessoas, e isso gerava um mal-estar. Ou seja, esses são os efeitos indiretos que o problema traz.

Então, eu quero cumprimentá-la. Certamente a senhora, que tem no Ver. Braz um aliado tão importante nesta Casa, não precisa de um representante, esse a senhora já tem e está muito bem representada. Mas, se modestamente houver a necessidade de algum reforço nessa representação, disponha da minha Bancada, disponha do Democratas, porque, até como confessei, por experiência própria, sei das inconveniências dessa doença não transmissível, é verdade, mas que não raro cria alguns transtornos no grupo familiar, além da pessoa que é diretamente atingida por essa doença.

Eu a cumprimento, o seu trabalho é muito bom, eu já tive o ensejo de, em outras ocasiões, reconhecer isso, e vejo agora, nessa publicação que a senhora nos entrega, uma bela síntese do trabalho realizado e uma excelente orientação de como proceder diante de determinadas situações que, com muita frequência, surgem na vida de todos nós. E nós, homens públicos, representantes populares, frequentemente somos procurados aqui por pessoas nas mais diversas situações, que vêm buscar em nós um apoio, um ombro amigo. Então, é bom estarmos informados e bem orientados. Disponha de nós, meu abraço, minhas homenagens e tenha a certeza de que a senhora não pregou em vão. Há ouvidos atentos que ouvem a sua pregação e que farão um bom uso dos bons ensinamentos que a senhora trouxe a esta Casa.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PEDRO RUAS: Meu caro Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srª Gladis Lima, Presidente da Psorisul, que nos dá a honra de estar aqui no dia de hoje, num dia particularmente importante, que é o Dia Mundial, Nacional, Estadual e Municipal de combate à psoríase. Tenho, em relação a essa doença, algum conhecimento por pessoas próximas, minha cara Presidente, e, neste momento, eu falo em meu nome, em nome da minha Bancada e da minha colega de Bancada, a Verª Fernanda Melchionna, que é portadora de psoríase. Eu sei o que sofre a minha colega Vereadora com isso. Muitas vezes, em condições difíceis, tem que trabalhar não só em plenário, como em Comissões e também fora da Casa. E, muitas vezes, as manifestações cutâneas são na face. Então, são dificuldades grandes, graves, que acompanho através da Verª Fernanda, acompanhava, antes, através de outras pessoas, mas sei da importância da prevenção e do combate. Mais do que isso: do esclarecimento, de mostrar que não é transmissível, de mostrar que aquilo é, sim, parte de uma situação particular, singular, que precisa da convivência social, da aceitação e do esclarecimento.

Isso se torna ainda mais relevante, Presidente Gladis, quando nós tratamos de crianças e de adolescentes, justamente uma fase da vida em que está sendo formada a autoestima, que tem muita relação com a aparência, com o externo. Então, esse tipo de esclarecimento, esse tipo de orientação é por todos bem-vindo. Eu aqui me manifesto da mesma maneira que o Ver. Reginaldo Pujol, do Democratas. Evidentemente que a senhora já tem uma representação muito boa na Casa, que é o Ver. Luiz Braz, homem dedicado a essas causas todas, mas todos nós, de alguma maneira, estamos engajados. Já lhe dei o nosso exemplo do PSOL, e, com certeza, teremos muita alegria em ser úteis cada vez que isso for necessário. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. RAUL TORELLY: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; é com satisfação que recebemos na Casa a Srª Gladis Lima, uma grande defensora, uma grande lutadora contra a psoríase há muitos anos. Temos que nos unir, realmente, a essa luta. Há uns 30 anos, quando fiz estágio na Santa Casa, eu queria ser dermatologista. Então, tive a oportunidade de ficar, por seis meses, numa enfermaria de dermatologia, acompanhando o sofrimento das pessoas que lá estavam baixadas por doenças muito severas de pele e que, muitas vezes, tinham repercussão sistêmica, repercussão na vida desses pacientes de maneira importante. E uma das doenças que sempre estavam dentro dos leitos era a psoríase, através da própria artrite psoriática, através de determinados órgãos atingidos pela psoríase, necessitando o paciente um tratamento muito forte e até de internação.

E o que lamentamos, enquanto médico, é que muitas pessoas ainda achem que a psoríase seja uma doença contagiosa. Todos nós sabemos que não é, assim como o vitiligo, que é uma doença similar.

Nos últimos 30 anos, todo o avanço nas pesquisas, na ciência médica, ainda foi pouco para o tratamento dessas enfermidades. Lembro que, quando estava na Santa Casa e houve o início do tratamento por fototerapia, aquilo parecia que ia resolver tudo naquela época, mas, infelizmente, não foi assim. Ela é mais uma arma, entre tantas, que se tem no combate a essa doença. Dizia-se, naquela época, que havia remédios milagrosos advindos de outros locais que poderiam resolver, mas o tempo mostrou que, para casos específicos, até alguns funcionam, no entanto, infelizmente, ainda não conseguimos encontrar a cura dessa doença.

Essa doença pode deixar a pessoa sujeita ao preconceito, que se manifesta pelo que se vê na pele das pessoas portadoras. Quem não está acostumado, por exemplo, com uma pessoa com vitiligo ou psoríase, deixando cair a máscara, tem dificuldade até de cumprimentar, de se aproximar, o que é uma coisa muito triste de se dizer desta tribuna. Mas, graças a Deus e ao trabalho de pessoas como a Srª Gladis, que está aqui, essa doença está sendo desmistificada. Sabemos que são patologias não contagiosas, que as pessoas podem tomar banho de piscina, podem estar junto com outras pessoas, não há problema nenhum. Então, é uma situação que a cultura social tem que abraçar, e, mais do que isso, nós temos que investir em pesquisa, para que possamos, efetivamente, chegar na raiz do problema. Apesar do conteúdo genético, não chegamos ainda na raiz do problema, então, como vamos combater alguma coisa, se nós não sabemos efetivamente a causa? É muito difícil. Mas a medicina, muitas vezes, se depara com determinadas situações não de cura, mas de alívio ou de cura temporária, vamos dizer assim, que é o que ocorre, muito frequentemente, com os doentes psoriáticos.

O que nós gostaríamos de trazer, também em nome da nossa Bancada do PMDB e de todos os Vereadores desta Casa, é o nosso reconhecimento pelo seu trabalho de divulgação, para que as pessoas entendam melhor a doença e consigam atingir os objetivos de não preconceito, de melhora da doença, de pesquisa incentivada, para que nós possamos ver, daqui a pouco, um resultado definitivo, e não apenas um creme paliativo, não apenas um corticoide, ou mesmo, como acontece, chegar a ponto de serem usadas medicações de combate ao câncer, que, infelizmente, não levam à cura.

Nós queremos agradecer a sua presença aqui, dizer que somos realmente parceiros nessa luta, pode contar conosco, e vamos em direção, se Deus quiser, da cura da psoríase. Saúde para todos!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; cumprimento também a nossa convidada de hoje, Srª Gladis Lima, Presidente da Associação Nacional dos Portadores de Psoríase. Eu estava ouvindo atentamente a sua manifestação e percebi que a senhora reclama muito da falta de uma política pública em direção a essa área. Por que isso? Porque, possivelmente, muitos desses cidadãos que hoje possuem a psoríase têm dificuldades, hoje, de ter a sua medicação ou até mesmo o atendimento médico. Isso é real. Nós ouvimos aqui alguns Vereadores recentemente, quando aprovado o Projeto que falava do Dia Municipal de Combate à Psoríase, dizerem que não havia nenhuma política, Ver. Todeschini, de fornecimento de medicação àqueles que, na verdade, mais precisam, que não têm condições de comprá-la. Nas farmácias do Município e do Estado, não se tinha acesso aos medicamentos para combater ou amenizar essa doença.

Cabem aqui duas questões: a primeira é fazermos com que esse Dia, seja nacional, estadual ou municipal, tenha uma ação governamental, Ver. Comassetto, porque acredito que, se o Município tem uma lei dizendo que há um Dia Municipal de Combate à Psoríase, um Dia Estadual e um Dia Nacional, o Município, o Estado e a União têm que colocar recursos para poder orientar a população, para dizer como se combate, como se previne. Porque nós criamos leis, nobres colegas Vereadores e Vereadoras, para elas existirem, e o máximo que se está conseguindo é uma entidade vir aqui no dia desta manifestação pública dizer que 5% da população brasileira hoje sofre de psoríase, ou 5 milhões de brasileiros, como diz aqui o manifesto. Então, é importante fazer com que os 5 milhões de brasileiros que hoje sofrem dessa patologia ou dessa doença, como queiram, tenham acesso a uma política pública, meu nobre colega Pujol, para poderem amenizar a sua diferença ou a sua doença. Percebemos que, várias vezes, muito se ouve falar, mas, na prática, não acontece: não tem medicação, não tem atendimento médico e não tem nenhuma ação governamental no dia em que estamos combatendo ou dizendo para o conjunto da sociedade quais são as orientações que o Poder Público pode oferecer.

É nesse sentido que queremos parabenizar o trabalho de vocês e dizer que é muito importante que venham aqui, mas também é importante irem ao Executivo, para poder dizer a eles que vocês precisam de uma política pública voltada a essas pessoas, principalmente às famílias em que muitos estão desempregados, não têm acesso à medicação e, muitas vezes, perdem a vida, porque, na verdade, não estão conseguindo acessar os serviços públicos. Muito obrigado e parabéns pelo seu trabalho.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Toni Proença está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu quero cumprimentar a Srª Gladis Lima, Presidente da Associação Nacional dos Portadores de Psoríase, com muita ênfase, e saudar o seu trabalho e a sua disposição. As pessoas portadoras de algumas doenças, principalmente as doenças psicossomáticas, como bem nos informou aqui o Ver. Dr. Raul, que é técnico na área, são vítimas de muito preconceito, que geralmente é causado pela desinformação. Temos acompanhado, ao longo da história, que só essas entidades que se formam a partir da reunião de pessoas que sofrem as consequências de um determinado mal, de um determinado comportamento da sociedade, de uma determinada enfermidade conseguem vencer a barreira da desinformação, através da determinação e do seu trabalho.

Eu vim a esta tribuna para saudá-la, mas também para propor a esta Casa – está aí o nosso Presidente, Ver. Nelcir Tessaro – que, assim como usamos espaços da Casa para expor obras de arte, também pudéssemos usar alguns espaços, Ver. Nelcir Tessaro, para divulgar e informar a população - principalmente as pessoas que frequentam a Casa do Povo, que recebe muita gente - sobre doenças e atividades de associações e entidades, como é o caso da psoríase. Com isso, esta Casa estaria prestando um serviço inestimável à causa e à sociedade.

Vim a essa tribuna para saudá-la, para dizer que conte com a Bancada do PPS, composta pelo Ver. Elias Vidal, pelo Ver. Paulinho Rubem Berta e por mim, e para lhe dizer que esse é o caminho: informar e educar incansavelmente. Quando a senhora achar que chegou ao fim do seu trabalho, tem que começar de novo, porque tem uma nova geração que vem acompanhada da desinformação, que é, talvez, a pior mazela deste País. Portanto, Presidente, eu deixo aqui a minha sugestão, e conte conosco, D. Gladis, e com a Bancada do PPS. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Vamos encaminhar o pedido do Ver. Toni Proença, para que se possa, com a concordância da D. Gladis, fazer uma exposição nesta Casa.

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, prezada Srª Gladis Lima, Presidente da Associação Nacional dos Portadores de Psoríase; quero dizer que nós, aqui na Casa, recebemos a proposta que foi assinada, inicialmente, pelo Ver. Luiz Braz e, depois, construída com o apoio unânime dos 36 Vereadores, e a nossa Bancada do Partido dos Trabalhadores fez um pronunciamento naquele momento, cumprimentando a entidade e a luta. Portanto, a importância de firmarmos no cenário político a luta de alguns segmentos, principalmente relacionados ao tema da saúde, faz com que a sociedade entenda esses temas, faz com que os políticos compreendam esses temas e faz com que nós possamos ir construindo espaços que ainda precisam ser conquistados.

A sua entidade luta contra o preconceito, contra a falta de estrutura pública, e os portadores de outras doenças também, de doenças que afligem toda a sociedade, sejam doenças crônicas, sejam doenças por modificação genética ou outras. Aqui, há poucos dias, discutimos o problema das pessoas portadoras de ataxia dominante, e também aprovamos um dia de luta. O Hospital de Clínicas já tem hoje um belo trabalho, mas relatavam para esta Casa que existe uma dificuldade institucional de reconhecimento da doença, e me parece que é o mesmo caso aqui colocado. Colegas Vereadores, Ver. Todeschini e Ver. Oliboni, uma doença como a psoríase, que precisa ter um enfrentamento forte ou até mesmo um acolhimento, seja para dispensa de trabalho, seja para aposentadoria, quando for o caso, não está ainda credenciada dentro do Sistema Único de Saúde para tal. Portanto, eu creio que esta seja uma luta universal dos portadores desta doença e de todas as outras que ainda não estão catalogadas no Sistema Único de Saúde, para dar proteção integral ao portador, bem como proteção integral à família, porque quem sofre não são só os portadores, também é a família, pois tem toda uma necessidade de envolvimento na busca da qualidade na Saúde pública.

Portanto, em nome da nossa Bancada, gostaria de nos colocar sempre à disposição para fazer esse debate, direcionado ao IPE, à Saúde pública do Município de Porto Alegre, para que isso seja enquadrado dentro das normas e da compreensão do que significa essa Saúde. E, Sr. Presidente, a Câmara de Vereadores, junto com as organizações, poderia enfrentar esse tema junto ao Ministério da Saúde, para que a sociedade brasileira seja contemplada, na sua plenitude, em doenças como esta e outras. Poderíamos, sim, pensar em fazer um “frentão”. Aqui temos os colegas médicos que atuam na Saúde pública e sabem o que significa uma pessoa que sofre de uma doença e não consegue amparo legal na plenitude que poderia ter. Então, é uma agenda para debate.

Queremos aqui parabenizá-la e dizer que estamos à disposição - a nossa Bancada do Partido dos Trabalhadores e, certamente, todas as Bancadas -, para enfrentar esse tema, Ver. Dr. Thiago, incluindo a psoríase no rol de doenças da Saúde pública, para que tenha o atendimento na plenitude, o que é uma das dificuldades que encontramos hoje, não só da doença em debate, mas também de outras que ainda necessitam construir e conquistar esse espaço dentro da Saúde pública. Esta Casa é uma casa política e, portanto, podemos e devemos, juntamente com a Associação, buscar um envolvimento e tentar construir soluções. Muito obrigado por sua presença, um grande abraço e parabéns pelo seu trabalho.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, ilustre Professora que nos brindou aqui com a sua exposição com relação à psoríase, eu vou ser breve. Existem duas coisas que me chamam bastante atenção, quando a gente aborda a questão da psoríase. A primeira é o desconhecimento que, muitas vezes, os profissionais da área da Saúde têm com relação à doença, sejam eles médicos ou não. A segunda é a falta de diagnóstico que, seguidamente, observamos. Isso faz com essa patologia, que acaba tendo um espelho na pele, seja mais e mais estigmatizada. Então, a sua vinda aqui hoje é fundamental para que a gente possa esclarecer isso e também desmistificar essas situações vinculadas à psoríase.

E me chamou muito a atenção, no informativo, que a coisa mais destacada que se tem nessa primeira folha é que a psoríase não é contagiosa. É muito importante que isso fique claro! No passado, muitas vezes se fez diagnóstico diferencial, se confundiu muito a psoríase com a hanseníase. A hanseníase, que é a lepra, também é uma doença muito estigmatizada. Hoje a gente observa que o paciente que sofre de psoríase, uma doença autoimune, que é o corpo criando defesa contra o próprio corpo, acaba sendo discriminado e muito estigmatizado socialmente. A gente observa crianças que, às vezes, não saem à rua, principalmente nos períodos de inverno, que é quando a doença acaba tendo seu pico, e isso realmente traz, além do problema clínico, um problema psicológico intrínseco a essa situação. Mostrou-se aqui que a doença é extremamente frequente, de um a 3% da população mundial sofre de psoríase. Claro que existem algumas populações em que essa doença é mais prevalente por características imunológicas, mas, certamente, ela acaba acometendo um percentual muito grande da população.

Outra coisa que gosto sempre de lembrar, quando se fala em psoríase, é que ela é um espectro de doença. Na verdade, nós podemos ter só as lesões de pele, mas podemos ir até a artrite psoriática, por exemplo, que é uma infecção na junta, que pode levar, inclusive, à infecção generalizada. Então, é importante que nós tenhamos atenção para esse tipo de coisa, que nós possamos, como as outras doenças, tratar precocemente, fazer a prevenção, mas só vamos conseguir fazer isso com informação.

Parabéns pela sua vinda aqui. A Comissão de Saúde, que agora é presidida pelo Ver. Oliboni, certamente se coloca à disposição - não é, Ver. Oliboni? -, para que possamos caminhar pari passu, juntos, no esclarecimento da população e dos trabalhadores da Saúde. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, colegas Vereadores, Vereadoras, eu vim aqui mais uma vez parabenizar o trabalho da Psorisul, da Gladis, e quero fazer um relato. Os Vereadores e Vereadoras falam sobre o tema, hoje tem toda uma campanha de sensibilização e se reconhece o trabalho da Associação, mas eu quero fazer um relato como usuária. A explicação do Ver. Dr. Thiago ajuda muito as pessoas que acompanham a TVCâmara e todos nós a ver o que se sabe da origem da doença e que não é uma doença contagiosa.

Eu tenho psoríase desde os 17 anos. Foi, de fato, uma surpresa, uma dificuldade em aceitar uma doença que nos acometeu numa idade em que é mais difícil nos afirmarmos, na adolescência, quando estamos em conflito conosco, tentando buscar um espaço, tentando nos sentir bem, bonitas e bonitos, no caso dos meninos, e eu encontrei resguardo justamente no trabalho de vocês. Nas campanhas que faziam, vocês mostravam o que era a doença, porque, infelizmente, ainda é uma doença muito pouco conhecida. Eu fui a dezenas de médicos, fiquei semanas na Santa Casa até receber o diagnóstico; fui a sete ou oito dermatologistas, sempre com a mesma resposta, até encontrar o Dr. André, indicado pela Gladis, que é um dos dermatologistas que mais acompanham o assunto, junto com outros que conheci, muito bons também, mas é uma doença bastante complicada. É complicada no sentido do desenvolvimento da ciência, porque as origens ainda não estão explicadas, sabe-se que a causa é genética, existe toda uma discussão sobre os elementos que desencadeiam o processo, mas existe um grande avanço em relação aos fatores que aumentam a incidência da psoríase.

A Associação ajudou com textos, para ajudar a entender, para buscar tratamentos, mas, sobretudo, para se entender que essa campanha tem que ser feita para combater o preconceito, para combater a discriminação, para que as pessoas saibam que é uma doença de pele, que não é contagiosa, que é uma doença que acomete de um a 4% da nossa população, que é uma doença que precisa de mais investimento público para o desenvolvimento da ciência, para o desenvolvimento dos tratamentos que a possam curar.

Recentemente, li que a maior parte das pessoas acometidas pela psoríase média e aguda sofrem de depressão. Então, temos dois problemas associados: primeiro, o custo dos medicamentos, agora falando na questão política que nos cabe neste Parlamento. O custo dos medicamentos é altísssimo, e as pessoas, em geral, não conseguem os medicamentos gratuitamente nas redes de distribuição de medicamentos vinculados aos governos. As pessoas que têm psoríase média, aguda, ou de qualquer grau, e que não são submetidas a tratamento sistemático correm sérios riscos. Primeiro, de aumento da doença; segundo, de deterioração da situação da pele; terceiro, de uma possibilidade de ter uma maior tendência à depressão. Além disso, sabemos que a psoríase aumenta o risco de infarto e de uma série de doenças cardiovasculares.

Então, o debate é muito sério e tem que ser tratado como uma questão de Saúde pública. Mas, infelizmente, vemos pouco retorno dos órgãos governamentais no sentido de oferecer o tratamento, que é caríssimo, e o tratamento psicológico, que é muito necessário.

Eu queria parabenizar de novo, pois, agora, mais uma vez, a Psorisul inova, trazendo a questão da psoríase na infância. Acaba de me ocorrer que, em função talvez da genética familiar, tenho uma sobrinha de três anos que já aponta essas características. E eu vou levar isso para o pai e a mãe, para que possamos pensar e ajudar a menina. A Psorisul está sempre na frente, lutando para que a nossa doença seja reconhecida, seja olhada e para que acabem o preconceito e a discriminação da população para com os portadores de psoríase.

Nós, como políticos, temos que lutar para que haja mais atenção do Governo no desenvolvimento de técnicas, de medicamentos para a psoríase, mas também para que haja política pública de fornecimento dos medicamentos, que são caríssimos. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Elias Vidal está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srª Gladis Lima, Presidente da Associação Nacional dos Portadores de Psoríase; cumprimento a todos os senhores e senhoras que se encontram nesta Casa Legislativa. Eu quero dizer que todos os Vereadores que estiveram nesta tribuna - a Verª Fernanda Melchionna e os demais - falaram muito bem. Eu acho, Gladis, que você veio ao lugar certo. Aqui é uma Casa política, e nós precisamos de políticas para essa sua luta. Há muitas associações, e todas defendem uma causa, mas a causa que você defende é muito especial. Primeiro, porque você faz isso por amor, você coloca a sua vida nisso. E eu tenho certeza de que existe uma razão. As grandes causas na sociedade têm alguma coisa por trás. Muitas vezes são coisas tristes, como a perda de um filho por uma situação, um acidente, como é a causa defendida pela Diza Gonzaga, que luta contra a morte de jovens no trânsito, que ocorrem todos os finais de semana, devido à ingestão de bebida alcoólica, velocidade, carro. Eu, por muitos anos, lido com a área de recuperação dos jovens envolvidos com drogas. Levei um tiro na nuca de um jovem drogado, que me levou um relógio. E, assim, cada um tem uma causa. Você deve ter uma causa. Esses trabalhos geralmente são feitos por amor, você faz como um sacerdócio, como um padre, como um pastor, como um líder religioso, você faz uma coisa muito ligada a uma força lá de cima, disso eu não tenho dúvida. Mas, quando uma causa como essa, que atinge 125 milhões de pessoas no planeta, 5 milhões de pessoas no Brasil e milhares e milhares, eu não sei ao certo - você deve saber mais ou menos quantas mil pessoas -, aqui no Rio Grande do Sul, outras tantas aqui em Porto Alegre, quando se entra numa causa que não tem políticas, então, a causa, para mim, é mais nobre. Há causas que já fizeram essa luta lá atrás, ou o reconhecimento foi imediato por alguma razão, e, para outras causas, não há um reconhecimento. Então, você faz um trabalho como uma coisa divina e está defendendo pessoas que estão sofrendo muito. Imaginem um jovem, imaginem uma criança, um adolescente, uma pessoa com um mal desses e sofrendo preconceito, que é a pior doença, talvez o que mais doa seja o preconceito, a distância, o afastamento. Você, Gladis, pegou a bandeira de uma causa em que quem tem essa doença está sofrendo muito, está chorando. Eu tenho uma filha de 24 anos, e os senhores têm filhos, têm netos, imaginem se, daqui a um pouquinho, o garoto, ou a menina, vai ter dificuldade de namorar, de se relacionar, até por preconceito da própria sociedade. O quanto esse jovem, o quanto essa pessoa vai sofrer no trabalho.

Eu quero dizer que o Ver. Paulinho Rubem Berta, o Ver. Toni Proença, este Vereador e tenho certeza de que todos os demais Vereadores vamos nos somar na luta para ajudá-la nesta caminhada difícil. E que Deus a ajude, que Deus a abençoe e ilumine os seus passos! Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, minha querida amiga Gladis, Presidente da Associação que trata das pessoas com psoríase; eu fico muito feliz em ver que essa luta que Vossa Senhoria começou há muito tempo cresceu de intensidade. Lá no início, tudo era muito mais difícil; agora, as coisas começam a se abrir um pouco mais, e eu vejo, mesmo neste plenário, vários Vereadores e Vereadoras que se incorporaram à luta e sabem da importância de fazer com que a população saiba, primeiramente, o que é psoríase. Esse é um dos primeiro temas que a Associação sempre leva onde vai fazer os debates, fazendo com que as pessoas possam reconhecer o que é psoríase e, depois, como combater essa psoríase, dando os meios necessários, as informações necessárias para que as pessoas possam fazer frente a esse mal.

Nós aprovamos aqui, Sr. Presidente, há questão de um mês, um Projeto de minha autoria criando a semana, pois já tínhamos o dia. Propusemos a semana, para que tivéssemos um tempo maior dedicado ao esclarecimento das pessoas sobre esse mal que afeta a humanidade não somente agora, mas acredito que a psoríase seja uma das primeiras doenças conhecidas no mundo. Por isso mesmo e como até hoje não surgiu a cura definitiva, ficamos realmente alarmados, porque, com todo o progresso da ciência, ainda não surgiu a cura definitiva.

E tem uma coisa, Presidente, que nós temos que, realmente, erguer a bandeira ao lado da nossa amiga Gladis. Os medicamentos para combater a psoríase são muito caros, são remédios caríssimos e impedem, muitas vezes, que a pessoa que detectou em si o mal possa ter o medicamento para combatê-lo. E, muitas vezes, existe uma dificuldade para se conseguir, através do Governo, que esse medicamento seja recebido. Nós mesmos, aqui no gabinete, através do advogado Dr. Wilson, várias e várias vezes, em vários processos, tivemos de intervir para que o Estado pudesse fornecer o medicamento para as pessoas que necessitavam.

Vereadora Fernanda, V. Exª que é uma pessoa que porta em si este mal, nós tivemos um caso, eu não lembro se já relatei aqui da tribuna, de um motorista de táxi que tinha a psoríase cobrindo todo o seu corpo, não conseguia medicamentos para combater o mal e não podia parar de trabalhar. Então, ele vestia um macacão que cobria todo o corpo, para não deixar que as pessoas vissem que ele estava marcado pela psoríase. Até que, através de um processo, nós conseguimos, junto ao Governo, que ele pudesse receber os medicamentos. Eu lembro que, num prazo muito curto, não lembro se chegou a um mês, ele estava completamente sem aquelas marcas todas, sem aquele macacão, já com uma roupa normal para atender às pessoas.

Então, esta é uma luta, Sr. Presidente, que deve ser de todos nós. Não é uma luta de uma pessoa só, de um Vereador só, mas de todos nós, para que possamos dar melhores condições àquelas pessoas que sofrem deste mal, que, graças a Deus, a Gladis capitaneia para que algum dia, quem sabe, ele seja extirpado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Nós agradecemos à Drª Gladis. Pode ter certeza, Drª Gladis, que este Parlamento vai estar ao lado de ações que possam conscientizar. Quem sabe lá, façamos uma exposição na nossa Câmara de Vereadores, para conscientizar todos que nos visitam e esta Casa.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h42min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro – às 15h43min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; servidoras e servidores públicos, parabéns por este dia! Quero tratar aqui, em Liderança do PT – Partido dos Trabalhadores, do artigo do jornalista Paulo Sant’Ana, cujo título é “A Multa Espúria”. Eu quero dizer ao jornalista e ex-Vereador Paulo Sant’Ana que, para ele, a vida é espúria! Não é a multa que é espúria! Para o Paulo Sant’Ana, a vida é espúria, porque ele não se preocupa com as pessoas malucas que dirigem no trânsito de Porto Alegre e, talvez, façam como ele: não ligam o sinal de pisca quando vão para a esquerda ou para a direita. Talvez sejam como ele! É irresponsável escrever um artigo desses, num jornal dessa magnitude. Irresponsável, porque, em nome de alguma possível multa, ele está defendendo o trânsito caótico e maluco da cidade de Porto Alegre. Essa é a verdade! E ele pode me “botar na geladeira”, ele pode usar trezentos mil jornais do final de semana para falar mal de mim, porque eu vou falar bem da vida, eu vou defender a vida, porque, quando chega a Diza Gonzaga aqui, com o seu Vida Urgente, e outras pessoas, todo o mundo bate palmas. Na imprensa, se batem palmas.

Quantas pessoas já morreram no trânsito este ano, na cidade de Porto Alegre, minhas senhoras e meus senhores? Quantas pessoas? As pessoas que têm espaço na mídia têm que ser mais responsáveis. Eu direi aos senhores e às senhoras que me ouvem e aos meus caros Vereadores Mauro Zacher, Bosco, Toni Proença, Brasinha, DJ Cássia, Dr. Thiago que nós temos que defender a vida! Nós achamos que é positivo que se coloquem pardais na Cidade para defender a vida. Se as pessoas fossem mais responsáveis, não só os motoristas, mas os transeuntes de Porto Alegre, porque eu vejo as pessoas cruzarem, em plena 1ª Perimetral, onde não há faixa de segurança. E um erro grosseiro que foi feito na Administração anterior foi o da “campanha da mão”. As pessoas não sabem que aquilo não é sinal de trânsito, está errado! Nós temos que defender a vida! Não estou aqui defendendo o atual Secretário, mas poderia estar, porque ele está fazendo um trabalho decente. Ele vai, Vereador-Líder do PDT, para as ruas, acompanha os seus agentes, responde aos telefonemas, responde às nossas demandas e não fica viajando para a Inglaterra, para Londres, seja para onde for. Muito pelo contrário, faz o tema de casa.

Não é porque ele é um jornalista famoso que tem o direito de defender a morte ou a vida espúria. Por falar em pisca quando vai dobrar à direita ou à esquerda, terça-feira, pela manhã, fui cedo a uma emissora de rádio. Descendo a Rua Marechal Floriano, um maluco entrou da Rua Fernando Machado na Marechal Floriano, com sinal vermelho, sem sinalizar, falando ao telefone. Isso é correto? Isso é um motorista que cuida da vida? Pois está certa a Administração de Vanderlei Cappellari na EPTC. Não tem fábrica de multa quando se defende a vida, não tem! E nós queremos esse debate, nós provocamos. Querem fazer um debate, uma mesa redonda no jornal Zero Hora? Eu topo. Querem fazer um debate no programa Conversas Cruzadas com o Paulo Sant’Ana? Eu topo. Eu não ‘amarelo’, eu não me mixo! Eu vou dizer que ele, sim, está defendendo uma vida espúria, que não vale nada, porque se preocupa com a multa e não com a segurança das pessoas em Porto Alegre. Eu vou continuar defendendo a vida dos cidadãos de Porto Alegre, principalmente dos idosos, principalmente das crianças que vão para o colégio. Nós precisamos, sim, fazer uma revolução no trânsito em Porto Alegre. Uma revolução! E eu tenho certeza de que não serei o único, estarão comigo, ombreando lado a lado, mais 35 valorosos Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu também venho a esta tribuna ainda sob o efeito desta matéria que está no jornal Zero Hora de hoje, e tentei, logo pela manhã, entrar em contato com a EPTC, justamente para entender um pouco os números e ver os motivos que levam a essa crítica forte e fora de momento feita pelo jornalista Paulo Sant’Ana.

Não há como negar a nossa preocupação em relação à violência do trânsito permanente em nossa Cidade. Esta Casa tem propiciado não só pronunciamentos, mas debates em relação a esse assunto. Nós acompanhamos, com muita expectativa, uma campanha da Prefeitura de Porto Alegre que buscava uma educação de trânsito muito melhor do que temos hoje. E a resposta que tivemos ficou muito longe, Presidente, daquilo que nós esperávamos. Não tivemos resultado, e aqueles que acompanharam a campanha da faixa de segurança, do empoderamento dos pedestres tiveram uma expectativa bastante frustrada. O motorista porto-alegrense, embora conheça a realidade, não reconhece que é um mau motorista e, muitas vezes, irresponsável. É evidente que nós não achamos que somente com a fiscalização seria possível diminuir os incidentes, nem somente a educação e a prevenção seriam capazes de mudar o comportamento e a cultura do nosso motorista.

Então, logo pela manhã, fui conversar com o Secretário, que me passou alguns dados e me disse que, infelizmente, neste ano, 1.150 pessoas foram atropeladas em Porto Alegre, sendo que 22% foram vítimas fatais, e 24% eram idosos, números que realmente nos trazem uma preocupação muito grande. Quero dizer que muitas dessas reivindicações para uma fiscalização maior, como a trazida pelo Vereador, de que serão colocados 13 pardais na Cidade, o que será amplamente divulgado, são demandas que vieram justamente do Orçamento Participativo, muitas vezes para vias que têm carros passando em alta velocidade. Então, eu quero fazer hoje essa reflexão com os meus colegas Vereadores, porque não há como a gente negar isso. E, se nós pensamos em ter um trânsito melhor na Cidade, nós precisamos continuar com campanhas educativas fortes e, ao mesmo tempo, com uma fiscalização permanente e implacável.

Agora, eu quero acompanhar a denúncia desse jornalista, que fala que há indícios veementes de uma fúria arrecadatória e que o motorista poderá ser multado e, depois, ele poderá não se lembrar se realmente usou ou não o pisca. Eu acho que o debate está colocado, não há como a gente defender o contrário, e temos que reconhecer que, por parte da EPTC, há uma disposição importante no sentido de melhorar as condições do nosso trânsito sob o ponto de vista da fiscalização e de uma educação permanente tão necessárias no nosso Município.

Então, eu quero saudar o Secretário da EPTC pela coragem, bem como dizer a ele que tenha sempre presente essa capacidade de continuar fazendo a educação para o trânsito. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Sr. Presidente, colegas Vereadores, nosso Líder, Ver. Mauro Zacher; eu quero, primeiramente, fazer uma colocação com relação a uma matéria que foi veiculada num jornal, hoje, de Porto Alegre, e dizer, em claro e bom tom, ao Ver. Nilo Santos que não tenho nada contra ele. Acho que o enfoque dessa matéria foi equivocado, acho que este é um Projeto que consolida - como conversamos ontem - ações que têm sido realizadas no Município. Então, a Saúde da Cidade neste Projeto, como já vinha avançando neste tema, continua a avançar. Eu lastimo que, às vezes, o enfoque da matéria jornalística não contribua em nada para a construção de políticas públicas, nem para o relacionamento entre pares.

Eu quero me solidarizar ao que o Ver. Mauro Zacher falou sobre a EPTC - e este é o tema que trago hoje aqui - e destacar uma coisa que me chama muito a atenção no atual Secretário da EPTC que é a humildade. Isso realmente me chama atenção, Pitol, desde o primeiro momento em que nós tivemos a primeira conversa, quando levamos as demandas da Restinga/Extremo Sul, com ele escutando e ouvindo. A partir desse momento, se criou um canal de diálogo que, certamente, facilita, está facilitando, facilitará e melhorará a relação da EPTC com aquelas comunidades - Restinga, Belém Novo, Ponta Grossa e Lami. E os resultados práticos nós já temos visto.

O Ver. Mauro Zacher comentava aqui sobre a questão do trânsito. Essa é uma questão que nos preocupa muito, principalmente porque temos conhecimento do outro lado. Lá na necropsia, a gente vê o reflexo da violência no trânsito. E a EPTC começou a dar a sua contribuição já faz algum tempo. Foi instalada uma sinaleira na região mais conflagrada; onde existia o maior número de acidentes de trânsito, no bairro Lageado, foi instalada uma sinaleira. E aquela comunidade, depois de estar pleiteando, há mais de quatro anos - bem mais de quatro anos, acho que há uns dez anos -, por um pardal, vai receber, agora, um desses novos pardais. Então, isso mostra realmente a disposição de resolver essas situações.

Quero trazer aqui o Projeto - e pedi licença ao Secretário, porque o Projeto é dele, também da Maria Cristina, do próprio Vanderlei Cappellari, da Maria da Graça e de todos os funcionários da EPTC, está ali o Pitol -, porque, realmente, ele vai melhorar uma questão crucial da Restinga/Extremo Sul, que é a área em que atuamos há tanto tempo. Lá temos duas situações importantes, que são muito difíceis para aquela comunidade, sobre as quais já falei aqui - por isso, às vezes, fico impaciente e intolerante -, que são a Saúde e o transporte, porque vivenciamos, no cotidiano, essas situações. E nós saímos, juntamente com a comunidade, da última reunião com a EPTC, muito cheios de esperanças.

Quero mostrar um gráfico.

 

(Procede-se à apresentação de PowerPoint.)

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ali nós temos uma imagem do Google que mostra toda a região do Lami, Lageado, até a entrada da Restinga. Aqui temos uma comunidade que fica quase na divisa de Viamão, que é a Sapolândia; aqui nós temos uma outra, que é o Jardim Floresta; aqui fica o Lami Praia, como eu costumo chamar; aqui, o Lageado e lá, a entrada da Restinga. Essa região, graças ao bom trabalho que tem sido desenvolvido pela Prefeitura, tem crescido nas habitações populares, é a região que mais cresce na Cidade.

A Cristina, na sua fala coloquial, na EPTC e com a comunidade, ela chama isso aqui de óculos do Lami, e eu já vou mostrar por quê. Esta é uma das principais linhas de ônibus que se tem naquela Região, que realmente sofre, tem necessidade desses implementos. Quais são esses implementos? Como foi construído esse processo? A partir da iniciativa da comunidade e da disposição da EPTC, nós, com o auxílio do Pitol, principalmente, consolidamos algumas audiências na comunidade. Aqui se ressaltam também a iniciativa, a intenção e a disposição da Empresa e da comunidade em discutir um tema que é tão cheio de tensão, que é o transporte coletivo, porque, se nós não melhorarmos o transporte coletivo, certamente nós teremos, a cada dia, mais veículos transitando na Cidade, nós teremos, a cada dia, mais acidentes. É importante que nós possamos ter um transporte coletivo de qualidade, que possa dar acesso rápido ou, pelo menos, não tão demorado às comunidades periféricas da Cidade. Eu costumo dizer que essas comunidades já são estigmatizadas por várias coisas: elas já são estigmatizadas porque acabam tendo que ir para lá por não terem recursos para morar em outro lugar, porque acabam sendo expulsas de outro lugar e, muitas vezes, são estigmatizadas ainda mais na questão de trabalho, pois, muitas vezes, a primeira pergunta que o empregador faz é onde a pessoa mora. E a pessoa diz que mora no Lami. Então, o empregador tem que pagar mais de um vale-transporte, e o custo vai ser maior. Na primeira reunião, isso me chamou muita atenção. O Secretário disse - e eu nem tinha me dado conta do termo - que aquela comunidade era estigmatizada em função do transporte e que era preciso, então, melhorar o transporte. Quais são essas melhorias? Implantação de linhas rápidas e alterações das viagens convencionais rápidas e diretas nos fins de semana - sábados e domingos -, principalmente da linha 267, que é uma antiga reivindicação da comunidade, que é uma linha que passa, como eu mostrei ali, na Sapolândia, passa pelo Jardim Floresta, passa pela Av. Edgar Pires de Castro e Lageado, e segue em direção à Restinga e ao seu destino. Então, implementação dessa linha.

A Restinga passa a operar com alteração em alguns dos itinerários, principalmente na Restinga Velha, passando pela Rua Capitão Pedroso e subindo até a Estrada Chácara do Banco, o que possibilita que aqueles novos loteamentos da Capitão Pedroso possam ser contemplados pela linha de ônibus, o que não ocorria anteriormente.

A colocação de placas de atenção aos ciclistas, principalmente na ciclovia. Eu, numa ignorância, anteriormente, pensava: será que a ciclovia vai ter o reflexo que a EPTC pretende aqui na Restinga? Duas semanas depois, eu, transitando pela Av. Economista Nilo Wulff, me dei conta de que havia, na verdade, uma demanda reprimida pela ciclovia na Restinga. E como tem sido interessante andar na Nilo Wulff, Ver. Pujol - o senhor que é de lá, que construiu aquela comunidade -, principalmente nos finais de semana, porque as pessoas acabaram usando a ciclovia como uma forma de se encontrar, a comunidade tem-se encontrado a partir da ciclovia, e isso é uma coisa muito bacana.

Houve a colocação de cortinas nos veículos de linhas com tempo de viagem extenso, principalmente agora no verão. Às vezes, são medidas pequenas, que podem parecer insignificantes, mas que fazem com que melhore a nossa qualidade de vida. Isso, sem dúvida nenhuma, acontece, principalmente com o sol do verão.

Está sendo viabilizada a implantação de horários bairro Tristeza e BarraShopping, além da criação da Linha 110.2, que é Restinga/Barra, que foi implantada em 17 de junho de 2010 e que já está em operação. Então, muitas pessoas que moram na Restinga e trabalham no BarraShopping acabam tendo, a partir de agora, essa possibilidade de deslocamento.

Para os demais bairros da Região Extremo-Sul estão sendo desenvolvidas melhorias no atendimento de linhas alimentadoras. Não adianta termos mais ônibus que venham do bairro, lá da divisa com Viamão, do final do Lami, até o Centro. Nós não vamos mais ter condições, em pouco tempo, de ter esse número de veículos transitando no Centro da Cidade. Então, é importante ter linhas alimentadoras até locais-sede, ou nos portais, ou nos próprios bairros, como já existe lá na Restinga, e fortalecer essas linhas alimentadoras, para que elas possam ter um tempo de viagem melhor e prestar uma melhor qualidade de serviço à população, com o pagamento de uma só tarifa, a partir do cartão Tri, principalmente naquelas situações em que o prazo de embarque e desembarque for menor do que 30 minutos. Essa é uma coisa que tem sido bastante colocada lá e que nos deixa bastante alegre, porque faz com que o trabalhador, o estudante, a pessoa que está procurando emprego, possa, a partir de uma só tarifa, desembarcando e embarcando em outro ônibus, chegar até o seu destino. Isso possibilitará, como estamos conversando aqui, uma integração dessas linhas transversais com a Carris e com a STS.

A EPTC realizou, a partir dessas conversas com a comunidade, pesquisas de acompanhamento de viagens, às 6h, em vários dias, principalmente na Linha 267.1 - Lami/Varejão (via Edgar Pires de Castro), e verificou a real lotação dos ônibus nesses horários. A partir da constatação pela empresa desse excesso de embarque, excesso de passageiros nas paradas da Rua Sapolândia, lá no início, e da João Antônio Silveira, pôde-se constatar a necessidade clara de melhoria desse transporte. A partir daí, foram colocados veículos articulados, que passaram a circular todos os dias e não só em dias alternados. O excesso de lotação, certamente, reduziu. Um veículo articulado carrega o dobro da população, como todos nós sabemos, que um veículo comum.

No bairro Lageado, a implantação de linhas alimentadoras com mais horários, deslocando-se até o bairro Moradas da Hípica, para poder fazer a transição no Moradas da Hípica. Os horários, em fins de semana, vão passar a ser de 30 em 30 minutos, no sábado, e de 40 em 40 minutos, no domingo. Os horários da noite, no retorno, foram aumentados para nove horários, e, principalmente, a questão dos ônibus articulados, que agora são quatro. A EPTC teve a sensibilidade de verificar o excesso de passageiros.

Para finalizar, a questão vinculada aos ônibus apropriados para pessoas com deficiência – os APDs. Antes, o indivíduo ia, no fim de semana, e não conseguia voltar; a partir de agora, ele tem horário no seu turno para retornar ao bairro.

Agradeço, mais uma vez, a sensibilidade que tem tido, nessa matéria, a Srª Maria Cristina Molina Ladeira, o Vanderlei Cappellari e a Maria da Graça Valle Silveira. Muito obrigado, Pitol, valeu a nossa luta!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras e aqueles que acompanham esta Sessão, este debate nesta quinta-feira; eu venho aqui, pela Liderança de oposição, trazer um debate a esta Casa. Eu peço a atenção dos Vereadores, do Vereador-Presidente, do Ver. Comassetto, nosso Líder, e do Ver. Nilo, também, que é morador da região, sobre o acontecimento que nós vivenciamos, no último domingo, referente à Feira da Otto, ou ao Mercadão do Produtor da Otto. O Ver. Comassetto também participou, a Verª Sofia, o Ver. Adeli e o Ver. Paulo também estiveram lá. Nós temos, naquela feira, a feira de rua mais antiga da cidade de Porto Alegre, e, por indisposição de um dos moradores que ingressou na Justiça, houve uma ação judicial que foi suspensa, retornou e, agora, voltou a ter incidência. Porém, não tem decisão, Ver. Nilo! E o que me espanta é que eu cheguei lá, domingo de manhã, sou frequentador, sou consumidor daquela feira, assim como acredito que o senhor seja, e outros Vereadores daqui, o Ver. Melo, funcionários daqui também, e a feira estava toda disposta nas ruas que fazem o acesso ou o entorno do Cecopam, num lugar completamente inapropriado, porque ela se estendeu, pelo menos, por três ou quatro quadras a mais, gerando transtorno para os consumidores, para os feirantes, para os moradores que ficaram sem acesso. Imaginem um caso de incêndio, ou a necessidade de acesso de uma ambulância! Ficou completamente distorcida a nova colocação, além de o pavimento ser em pedra ou em terra de péssima qualidade.

Mas o que me espantou, Srs. Vereadores, caros colegas, e eu creio que temos que incidir sobre isto, é o fato de a Juíza estar fazendo pressão, ameaçando dar uma sentença pela retirada dessa feira, que alguns me disseram que está há 38 anos, outros me disseram está há 42 anos naquele local, naquela quadra, comprimida entre a Rua Gramado e a próxima rua, a Av. Otto Niemeyer. Um ponto pacífico, um ponto de encontro, um ponto de frequência, um ponto de consumo e um ponto de oferta - o Mercadão do Produtor, ou a popular Feira da Otto Niemeyer.

Então, Ver. Comassetto, me espantou, porque fui conversar com a advogada que representou os produtores e ela disse que não havia sentença. Eu estava pensando, estava acreditando, Ver. Tessaro, que já havia, mas não havia sentença. O que havia e o que há é uma pressão da Juíza exigindo a transferência dos produtores para outros pontos, sob ameaça de dar a sentença. Pois que tenha sentença, nós temos as instâncias de recurso! Os produtores e nós, consumidores, temos os espaços de recurso no Judiciário, temos o Tribunal de Justiça, temos o TSE, temos os Tribunais Superiores, inclusive, a quem os interessados, que são as comunidades do bairro Cavalhada, bairro Vila Nova e entorno, Jardim das Palmeiras, podem recorrer.

O que tenho a lamentar é que essa medida foi tomada com a concordância do Secretário da SMIC, o Sr. Valter Nagelstein, que está forçando o acordo, e, portanto, uma transferência dos moradores do antigo espaço para um outro espaço. Qual? Não se sabe. Mas o fato é que outros espaços não terão a acolhida, a eficiência, o respeito e a tradição de sucesso, pois essa já é uma instituição da Cidade, não é uma instituição apenas dos consumidores ou dos feirantes, mas, sim, de todos.

Portanto, eu faço um apelo à Presidência da Mesa, aos Vereadores que representam o Governo - não vejo o Ver. João Dib aqui -, mas, enfim, aos outros Vereadores das Bancadas, ao Vice-Líder, Ver. DJ Cassiá, para que façamos uma incidência sobre o Governo a fim de que a feira retorne ao espaço anterior. E que façamos toda a luta, inclusive na Justiça, até os limites necessários para a manutenção daquele espaço, que é, foi e será sempre um espaço de sucesso e de acolhimento de toda a Cidade.

Assim, Ver. Tessaro, agradeço este espaço, mas não poderia deixar passar em branco esta semana, porque essa á uma necessidade da Cidade, e creio que esta Casa deve se envolver, em conjunto, para a manutenção daquele evento, daquele espaço de interesse comum de Porto Alegre. Muito obrigado pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Adão Krevitz, líder comunitário e fundador da Associação Comunitária do Jardim Camaquã. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores; a Bancada do PTB, Ver. Todeschini, com certeza, faz a mesma leitura que o senhor está fazendo sobre situação da feira lá na Cavalhada. E, com certeza, o nosso Secretário Valter tem o nosso apoio em fazer com que a feira retorne ao seu local de origem. Não funcionou esse sistema, aquilo ali virou um brete! Onde foi posicionada a feira, virou um brete! E não é esse o propósito da instalação das feiras em Porto Alegre. Com certeza, tem o nosso apoio.

Dr. Thiago, já que o senhor citou o meu nome no início do período de Grande Expediente, eu quero-lhe dizer que o que acontece é que sempre que existir algum projeto de sua autoria ou de autoria de algum colega aqui, projeto que não tenha um estudo, sobre o qual não haja concordância, não haja uma construção com as Secretarias... E o Ver. João Bosco Vaz foi Secretário de Esportes aqui em Porto Alegre e entende bem o que estou falando, porque a pior coisa que tem é um Vereador, daqui a pouquinho, querer ditar regras para uma Secretaria, sem conversar com o Secretário! Nada impede que um Vereador apresente algum tipo de projeto, mas que esse projeto seja construído em parceria com a Secretaria, para que não tenha choque depois, porque daí, sim, vêm as matérias nos jornais, dizendo que a base aliada está não sei o quê e não sei o quê! Isso acontece exatamente por falta de diálogo, porque nós não podemos usufruir os benefícios do Governo, e os benefícios são muitos, quando o Governo abre espaço para indicarmos pessoas para trabalhar nas Secretarias, quando o Governo abre espaço para construção de projetos para prestigiar o Vereador, para que lá, na sua comunidade, ele seja reconhecido pelo seu trabalho, Ver. Oliboni, o seu Partido já foi governo nesta Cidade, e o senhor sabe que funciona assim. Não é justo, então, nós simplesmente tentarmos nos atravessar, como se não houvesse um Secretário, como se não tivesse uma linha de comunicação aberta. Não é justo, não é justo, Dr. Thiago! Até mesmo porque o Secretário Casartelli nunca fechou as portas para algum Vereador desta Casa, nunca! E, se fechou, foi porque o senhor não soube construir essa linha de comunicação. Eu, como Líder do PTB, coloquei à disposição a nossa Bancada, para que pudéssemos não apenas agendar, mas ir junto à Secretaria da Saúde. A proposta era de irmos junto, se fosse necessário, para que o senhor pudesse construir e apresentar para a comunidade um projeto desenvolvido pelo senhor, mas que não fosse contra os princípios da Secretaria da Saúde. Senão, vai dar choque sempre, Secretário... Vereador, desculpe chamá-lo de Secretário! Senão, vai dar choque, Ver. Dr. Thiago! Senão nós vamos ter que trabalhar, construir a possibilidade de o senhor aí, sim, virar Secretário e poder intervir na Secretaria! Vereador é Vereador; Secretário é Secretário! Senão, dá choque, Dr. Thiago!

Eu não quero plantar inimizades, só que, por favor, vamos fazer as coisas certinhas, não vamos carimbar aquilo que é da Secretaria. Eu e minha Bancada não temos esse sistema de tentar pegar alguma coisa que já é praticada na Cidade e ir lá, “meter o dedão”, para dizer que nós criamos. Nós não temos e não adotaremos esse sistema, porque esse sistema não condiz com a ética política. Quando for para construir um projeto para o bem da sociedade, sente com o Secretário, e o senhor será, com certeza, bem atendido lá. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, a tarde de hoje me trouxe algumas informações que, longe de me surpreenderem, me deixaram, de certa forma, satisfeito. Primeiro, eu ouvi aqui um veemente pronunciamento do Presidente do PT de Porto Alegre defendendo a ação da Secretaria de Mobilidade Urbana. E esse pronunciamento foi sequenciado pela Liderança do PDT nesta Casa, o Ver. Mauro Zacher. É um bom sintoma. O Vereador, Presidente do PT, era um crítico contumaz do outro Secretário. Com o atual Secretário parece que ele está bem entendido, o que é um fato positivo.

Posteriormente, nós verificamos alguns pronunciamentos que nos deixaram confusos. Eu quero deixar muito claro, Ver. Nilo – V. Exª que dialoga com o Ver. Dr. Thiago –, que eu entendo, Ver. Toni Proença, e V. Exª vai me compreender, que não existem vários governos dentro do próprio Governo. Não tem o governo do PDT, o governo do PTB, o governo do PPS, o governo do PP, o governo dos Partidos que compõem a administração municipal, na qual o meu Partido não está integrado. Eu acho que existe a administração do Prefeito Fortunati. E, Ver. Braz, se não for entendido assim, eu quero dizer que as mágoas que nós ficamos pelo insucesso eleitoral de 3 de outubro serão maiores daqui a dois anos. Ou acaba essa história de cada um puxar para um lado, ou, então, a coisa não vai andar.

Eu acho que nós temos uma série de coisas aqui em Porto Alegre que quem quer ajudar o Fortunati tem que sentar, conversar e ver como é que vai equacionar. As coisas vão acontecendo: “Ah, isso aqui vamos deixar. O problema do Cinema Capitólio é lá da Secretaria da Cultura, o problema do transporte agora é que começou a ser equacionado, porque tiraram aquele Secretário. A Saúde não dá para mexer, porque é problematizada.” Não! Ou é um Governo que se afirma com uma política global, na qual vários Partidos nela se integram, ou, então, é o início de um desgoverno.

Diz o Ver. Sebastião Melo – e, se ele estivesse hoje aqui, com o pronunciamento do Ver. Adeli, ele diria que é mais um sintoma - que as coisas podem, a partir de domingo, se modificar por inteiro. E nós vamos admitir que sim, quiçá uma reestruturação no processo político do Estado. O Governador eleito, com muita habilidade, abre as portas para a maioria dos Partidos políticos, e acho que essa abertura de portas vai ter consequências. Acho que não vão deixar a porta aberta, e vão ingressar no Governo. Aí, então, vão começar tudo de novo, vão começar a conversar de forma diferente.

Eu, que tenho marcado ao longo do tempo a minha atuação pela independência, tenho simpatias com o estilo de governar do Prefeito Fortunati. Acho que ele é um homem que tem buscado acertar e merece ser apoiado. Agora, evidentemente que os desenhos de governo, que as formas de governo têm que ser definidas por quem de direito. O fato de nós termos essa simpatia não quer dizer que nós estamos nos oferecendo para participar de um Governo para o qual não fomos convidados. Não sei se seremos e, se formos, na oportunidade iremos examinar.

Agora, sinceramente, Ver. Bosco, V. Exª integrou o Governo até há pouco tempo e foi um grande Secretário. Eu cheguei a cumprimentá-lo e agora faço isso de público. Acho que foi um dos melhores, se não o melhor Secretário do Governo Fogaça, porque não criava problema, trazia soluções. Secretários para trazer problemas, Partidos para se digladiarem não levam a coisa alguma! Ou levam? Levam sim, levam ao desgoverno, e isso, para o bem de Porto Alegre e por querer bem o Fortunati, eu não quero para a Cidade.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Encerrado o período de Comunicações.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2496/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 108/10, de autoria do Ver. Paulinho Rubem Berta, que dispõe sobre prestação de serviços públicos aos loteamentos irregulares, ou em fase de regularização, que especifica. Com Emenda nº 01.

 

PROC. Nº 3769/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 040/10, que ratifica Protocolo de Intenções, com a finalidade de instituir o Consórcio Público da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (CP-GRANPAL).

 

PROC. Nº 3770/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 041/10, que cria 10 (dez) cargos de Auxiliar de Farmácia, 5 (cinco) cargos de Biomédico, 9 (nove) cargos de Farmacêutico e extingue cargos de Auxiliar de Administração Hospitalar, todos de provimento efetivo, na Administração Centralizada do Município de Porto Alegre, constantes da Lei nº 6.309, de 28 de dezembro de 1988, e alterações posteriores.

 

PROC. Nº 3775/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 042/10, que revoga o art. 6º da Lei nº 2.835, de 10 de setembro de 1965, que doa áreas de terra ao Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e dá outras providências.

 

PROC. Nº 3554/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 032/10, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que concede a Comenda Porto do Sol à Associação Gaúcha dos Advogados do Direito Imobiliário Empresarial – AGADIE.

 

PROC. Nº 3673/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 033/10, de autoria da Verª Fernanda Melchionna e do Ver. Pedro Ruas, que concede a Comenda Porto do Sol ao senhor Marcelo Ribeiro Freixo.

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 4214/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 200/09, de autoria do Ver. Toni Proença, que estabelece normas e procedimentos para o gerenciamento, a destinação e a reciclagem de lixo eletrônico no Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Emendas nos 01 a 08 e Substitutivo nº 01 com Emenda nº 01.

 

PROC. Nº 3626/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 169/10, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que declara de utilidade pública a Associação Comercial de Porto Alegre.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Pauta hoje tem vários Projetos, um dos quais quero dele me ocupar nesta tarde. É o Projeto de Lei nº 042/10, que revoga o art. 6º da Lei nº 2.835, de 10 de setembro de 1965, que doa áreas de terra ao Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e dá outras providências.

O Ver. João Bosco Vaz, colorado, mas Secretário do Município...

 

(Aparte antirregimental do Ver. João Bosco Vaz.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Até as pedras desta Cidade sabem disso! Mas o Ver. João Bosco, como Secretário de Esportes, como homem que vive o esporte de Porto Alegre, não desconhece a história do Estádio Olímpico Monumental, uma história que vem de longe, vem de 1954. Em 1954, foram feitas algumas doações para o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, para complementar uma área total que foi permutada pelo Grêmio com o Município: o Grêmio ganhou uma área que integrava a antiga Vila Caiu do Céu, e deu em troca grande parte do Parcão, onde era o Estádio da Baixada. Claro que, em 50 anos, as coisas se modificaram. Então, o art. 6º da Lei nº 2.835, lá no longínquo ano de 1965, há 45 anos, dizia que (Lê.): "A entidade donatária não poderá alienar as áreas doadas por esta Lei e, no caso de sua extinção, reverterão aquelas à propriedade do Município, sem ônus para êste.” Não está sendo extinto o Grêmio, mas estão ocorrendo transformações muito fortes, entre as quais o projeto da Arena. O que o Grêmio hoje vai fazer é permutar uma área na Av. Carlos Barbosa, onde está o Estádio Olímpico, na Av. José de Alencar, na Cascatinha, por uma área onde está sendo construída a Arena. Por isso a necessidade da revogação desse art. 6º. É um detalhe muito bem explicado na Exposição de Motivos. Eu só não leio a Exposição de Motivos, porque é longa, e eu não teria tempo para tudo isso. Mas eu recomendo a todos os Vereadores que busquem ler essa Exposição de Motivos, porque ela é muito clara, não esconde nada, é de uma transparência absoluta.

 

(Aparte antirregimental.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Evidentemente, se prejudicasse, nós não estaríamos aqui recomendando. Sabe o Ver. Brasinha, inclusive, que eu sou um dos últimos a aceitar a ideia da Arena. Eu não queria que fizessem essa permuta, eu queria que continuasse o Estádio Olímpico, que ele fosse adequado à modernidade. A grande maioria do Grêmio, especialmente do seu Conselho Deliberativo, entendeu que a Arena era o recomendado neste momento. E, assim sendo, eu sigo a grande maioria, não vou ser o único soldadinho do passo certo. Estou junto com V. Exª defendendo a Arena e, defendendo a Arena, estou defendendo o nosso clube, apesar de eu ser um gremista Vereador e não um Vereador gremista. Isso é uma grande diferença, esse particular, porque me elejo com votos que independem de qual clube a pessoa faça parte. Tenho bons amigos, bons eleitores que são colorados, como é o Presidente de nossa Câmara de Vereadores.

Então, Sr. Presidente, nesta tarde, penso que, no primeiro dia de discussão de Pauta, era isso que eu tinha a comentar, a informar e a sustentar dentro deste debate preliminar. Concluo, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Solicito abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Oito Vereadores presentes. Não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h34min.)

 

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